Dobradinha da Nina

Nina fala sem parar e sua imaginação também corre solta.
Tenho que ser rápida para anotar suas tiradas, senão esqueço.
Aqui vai a dobradinha da semana, sem encher muita linguiça.

CEASA OU SEM ASA?

– Mamãe, o que a gente vai fazer amanhã?
– Amanhã a gente vai no Ceasa, filha.
– Ah, já sei, mamãe! Aquele lugar da música que eu cantava quando era pequenininha?
– Não sei. Que música, filha?
– “Avião Ceasa, fogueira sem brasa.”

TEMPERANDO A RELAÇÃO
– Filha o que você papou na escolinha?
– Macarrão.
– Por que na escola você come macarrão e aqui em casa não?
– Porque a Tia Zezé sabe fazer!
– Ah, tá! Obrigada!
– De nada, mamãe!

Valentina, 2 anos, filha de Fernanda e Guilherme Monteiro, dando aulas de fonética e de culinária apimentada

Nina e Fê

Livro da semana: Telefone sem fio

Telefone-sem-fio

Um pouco sobre Telefone sem Fio

Adorava brincar de telefone sem fio. Quando um tio brincalhão entrava na brincadeira só para fazer rimas engraçadas e distorcer a mensagem, era ainda mais divertido. Ria até a barriga doer e sentia uma vontade enorme de ficar ali para sempre. O único problema é que só dá para brincar quando tem muita gente por perto, certo? ERRADO. Com o livro Telefone sem Fio, de Ilan Brenman e Renato Moriconi, dá até para brincar sozinho. Personagens clássicos da história e da literatura estão sempre prontos a trocar segredos com a gente. Vovozinha, Chapeuzinho Vermelho, bobo da corte, índio e pirata são alguns dos nossos novos e eternos companheiros nessa brincadeira. Além de divertido, esse é um daqueles livrões, com ilustração digna de galeria de arte e sem nenhum texto, exceto aquele que a sua imaginação pode criar. Livro lindo, ideia genial para estimular a criatividade. Eu leio mil vezes. E cada vez de um jeito diferente.

Eu e o livro

No HC, em São Paulo.

– Tiffany, o que o pirata falou pro papagaio?
– Ei, papagaio, ele disse que você é um pato.

Leio mil vezes

Telefone sem fio, de Ilan Brenman e Renato Moriconi. Companhia das Letrinhas

Para crianças de 2 a 100 anos.

Chapeuzinho e lobo

Sou apaixonada por livro-imagem! Se quiser saber mais sobre eles, leia este post aqui https://comelas.wordpress.com/2012/01/28/sem-palavras/

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Naldo é música?

Família em casa. Domingo. TV ligada na sala. Luana corre para o quarto e pergunta para o pai:

– Paaaaaai, você gosta do Naaaaaldo?
– Não, filha. Eu acho o Naldo um cocô.

Ela arregala o olho, ri de canto e volta para a sala. Horas depois, quando percebe que sua mãe está caminhando pela casa a procura do marido, Luana não perde tempo:

– Mamãe, você tá procurando o papai? Ele tá fazendo um Naldo no banheiro.

Luana, 3 anos, filha de Alexandre e Janaina Barbosa, aprendeu direitinho que Naldo não é música.

Luana

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Cantinho é castigo?

– Puá, puá, puá, puá, puá, puááááá.
– YASMIN, pode parar de pular no sofá! Você quer ir pro cantinho de castigo?
– Quéiu, mamãe.

E foi.

Yasmin, 1 ano e oito meses, filha de Wellington e Geovana Veronese, faz do castigo mais um cantinho para pular de alegria.

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Nova gramática do português brasileiro, por Valentina Monteiro

Papai: Você é a minha pirulita.
Nina: Você é pirulito di mim.

Valentina, 2 anos, filha do Guilherme e da Fernanda Monteiro, criando novas variações de uso da língua. E agora, Fiorin e Ataliba Castilho?

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Carnaval com Palavra Cantada

Nosso domingo de feriado quase virou um domingo de carnaval. Fomos a um verdadeiro baile de salão. Acho que essa é a melhor expressão para você entender direitinho o que vivemos ontem no show do Palavra Cantada no HSBC Brasil. Confete, serpentina, crianças fantasiadas, SÓ música boa, em boas companhias. Foi um daqueles dias que passamos meses relembrando. Hoje, cheguei em casa depois do trabalho, cantarolando uma das músicas que a dupla Sandra Peres e Paulo Tatit cantou no show e dou de cara com eles de novo. Dessa vez, estavam em cima da minha mesa, na edição de janeiro da Revista Brasil – Almanaque de cultura popular. Como não acredito em coincidências, achei que era um sinal. E dessa vez não deixei passar. Resolvi postar aqui a minha admiração por talentos que, como eles, se renderam ao universo lúdico. Quem não conhece Palavra Cantada tem que conhecer. É música para dançar e lavar a alma, não é, Luana?

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Li a entrevista todinha na revista e compartilho com vocês os melhores trechos. Vale a pena ler até o final.

O que levou vocês a fazer música para crianças?

Sandra: Nós já trabalhávamos há alguns anos juntos. Quando fizemos um tema infantil para a TV Cultura, gostamos do experimentalismo que fazer música para criança oferece, de poder tentar coisas novas e que não são da moda. E fomos adiante.

Quando vocês cantam canções tradicionais, não se preocupam em adaptá-las ao politicamente correto?
Sandra: De jeito nenhum. Mas, na verdade, não faz muita diferença: “Atirei o pau no gato” ou “Não atire o pau no gato”, dá na mesma na cabeça da criança. Olha outro exemplo: Sambalelê tá doente / Tá com a cabeça quebrada / O que Lelê precisava / É de umas boas palmadas. Na música, a criança só percebe o Lelê.

Quando vocês compõem, pensam em educar ou agradar?

Sandra: Uma coisa importante é discernir: nós não somos educadores. Nós acreditamos e percebemos que quem quer educar com música só faz música chata. A gente encontra uma maneira lúdica, inspiradora e brincalhona para transmitir conhecimento, o que, no fundo, no fundo, é ensinar.

Paulo: Não temos a intenção de ensinar uma coisa objetiva. Mas eu gosto, por exemplo, de tocar uma música que tenha um ritmo de congada e, apesar de eu não estar falando na letra que é uma congada, uma manifestação brasileira importante, estou ensinando a ouvir uma congada.

Como falar de coisas importantes para as crianças sem cair na armadilha de fazer canções cheias de discursos prontos?
Paulo: De modo geral, o discurso que se faz para uma criança não pega bem na música. A não ser que se faça de uma maneira genial, como Arnaldo Antunes fez para o Castelo Rá-Tim-Bum: Lava uma mão / Lava outra / A doença vai embora junto com a sujeira / Verme, bactéria, mando embora embaixo da torneira. Mas é um segredo como se faz uma coisa dessas, com a maior objetividade do mundo, sem parecer “Vamos escovar os dentinhos”. É preciso articular muito bem a linguagem para não ficar ruim. Caetano Veloso está cheio de exemplos para adultos: Enquanto os homens exercem/ Seus podres poderes / Morrer e matar de fome / De raiva e de sede / São tantas vezes / Gestos naturais. Se você lê, parece que nem dá para cantar, que é um artigo de jornal. A articulação da linguagem é que vai convencer que aquilo ficou legal. Esse é o segredo, a gente não consegue dominar isso. Sai ou não. Apesar de ser mais difícil de perceber mentalmente, a melodia tem conteúdo também. Todo mundo percebe na pele, nos sentidos.

Vocês têm alguma expectativa com a lei recente que obriga o ensino de música nas escolas?
Sandra: Com a expectativa que a gente teve, surgiram os cinco volumes de Brincadeiras Musicais e dois de Brincadeirinhas Musicais É uma maneira lúdica de passar esse conhecimento. Mas, diante dessa lei, há o perigo da escola colocar de cara para os alunos ou a partitura ou o funk. E nenhum dos dois caminhos ensina música. As pessoas acham que é só ensinar partitura e está tudo resolvido. Está resolvido para a criança sair correndo e nunca mais querer ouvir falar de música. Partitura é uma codificação que pode virar música, não interessa para a criança. Outro extremo é usar o funk, que atrai, mas que muitas vezes tem letras e gestos inadequados.

Qual é, afinal, a importância do aprendizado musical na infância?
Paulo: O cara que curte música tem uma possibilidade mais espiritualizada nesse mundo, que é totalmente material. É inexplicável o efeito que a música produz até quando a criança é muito pequena, com menos de um ano. Às vezes ela chora e o adulto acha que está com medo da música. Não é medo, ela está superemocionada. É um mistério que faz com que você entre em outra sintonia. Isso no mundo inteiro, em todas as culturas possíveis. As mais primitivas tinham música para tirar você da conexão terrestre. Uma música, em dois minutos, pode te fazer chorar. É a coisa que mais rapidamente te muda, além de ser das poucas capazes de subverter o tempo: uma música de dois minutos pode parecer muito mais comprida, e uma de 16, bem mais curta. Quando a gente diz que está ensinando alguma coisa, estamos ensinando principalmente a ouvir música, a se sensibilizar por música. Acho que existe um caminho. Primeiro, você aprende as infantis. Se tiver uma base legal, escolhe a música da vida adulta. E, se chegar a curtir a música clássica, aí você estará num patamar que vai ter muito o que fazer na velhice.

Você pode ler esta entrevista completa na revista Brasil – Almanaque de cultura popular, número 165

O site deles é este aqui http://www.palavracantada.com.br/

BAILE DE CARNAVAL NO RIO!

12 de Fevereiro, às 17h

Local: Clube Monte Líbano – Av. Borges de Medeiros, 701, Lagoa

Abertura dos portões e início das atividades: 15h.

Classificação Livre. O local possui acesso para deficientes físicos.

Informações do evento: (21) 2210-2117, contato@hibridoeventos.com.br

ingressos: http://www.ingressomais.com.br

E esta é a música que estava cantando, quando entrei em casa hoje.

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Curso Básico de Formação para Contadores de História

Já faz um ano que recebi um e-mail com o convite que, hoje, repasso a vocês. Que tal fazer o curso Básico de Formação para Contadores de História na Biblioteca Hans Christian Andersen?
Se você tiver a mesma reação que eu, vai responder imediatamente: “Nuossss, que legal! Como faço a inscrição?” As informações sobre o curso estão lá embaixo, no final do post.
Agora, se você acha que pode ser legal, mas também acha que isso, que aquilo e que aquilo outro, aqui vai uma lista de motivos para você pensar melhor:

– Se você termina de ler um livro infantil com os olhos cheios de lágrima, no curso, você vai chorar rios de alegria.

– Se você se acha meio esquisitinha porque já passou da idade de ser apaixonada por livro de criança, no curso, você vai conhecer pelo menos trinta pessoas iguais a você.

– Se o seu filho (ou neto) ama as suas histórias, está na hora de começar a contar para mais crianças. A literatura é generosa.

– Se você já passou dos 30 e ainda tem o seu livro preferido da infância na estante, isso pode ser um sinal.

– Se você sempre quis contar história, mas acha que não leva jeito para isso, pode parar de ler este post e começar a fazer a sua inscrição. Se os outros alunos soubessem contar suuuuuper bem, seriam professores.

– Se você não quer fazer o curso, porque vai morrer de vergonha de contar história para um monte de adulto, está na hora de saber que lá todos voltamos para a infância.

– Se você já se inscreveu neste curso e não conseguiu vaga, acho que deveria pensar mais um pouquinho no que escrever na Carta de Interesse. Olhe para dentro de você, e não apenas para a sua experiência com a narração.

– Se você nunca leu este blog e de repente se viu aqui, procurando informações sobre este curso, isso não é um post, é um CHAMADO!!!!!!!!

Ai, que saudade. Passar a manhã de sábado ouvindo história é quase como passar a manhã na varanda ouvindo os pássaros cantar. Eu voltava flutuando para casa, cantarolando histórias e a alegria de, finalmente, me encontrar.

Esse convite pode mudar a sua história. Não pense duas vezes. Giba Pedroza, Lili Flor, Ana Luísa Lacombe e outros mestres da narrativa sempre valem a pena.

INFORMAÇÕES PARA O CURSO BÁSICO DE FORMAÇÃO PARA CONTADORES DE HISTÓRIA
BIBLIOTECA TEMÁTICA EM CONTOS DE FADAS HANS CHRISTIAN ANDERSEN

Coordenação: Ana Luísa Lacombe
http://www.fazeconta.art.br

Inscrições: de 18 a 28 de fevereiro
Início do Curso: 16.março.2013
Período: das 09h30 às 13h30 (sábado) – passa rápido e não dá sono, juro!
Término previsto: 06.julho.2013.
GRATUITO!!!!!!!!!!

Inscrições pessoalmente. Trazer carta de interesse (escreva com o coração) e documentos pessoais.
Seg a sex: 11h às 18h
Sábado 10h às 15h

BIBLIOTECA TEMÁTICA EM CONTOS DE FADAS
HANS CHRISTIAN ANDERSEN
Av. Celso Garcia – 4142 – Tatuapé
03064-000 – São Paulo – SP
Tel/Fax: (11)2295-3447
http://bibliotecacontosdefadas.wordpress.com

formatura

Se você quer saber sobre outros cursos de narração de histórias, dê uma olhadinha no blog da Rê!
http://quantoscontosvaleumconto.wordpress.com/

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Como saber se esse livro é bom ou não para o meu filho?

Nada como começar o ano jogando fora papéis, contas e anotações que perderam o sentido. Queria encontrar mais espaço. Acabei encontrando também meus velhos amigos da faculdade: pilhas e pilhas de apostilas e xerox de textos já amarelados, mas ainda preciosos. Tatiana Belinky estava lá. Lúcida e simples, como sempre, respondendo a uma pergunta que deve passar pela cabeça de todos os pais: O que é a boa literatura infantil? Como saber se este livro é bom ou não? Resumo aqui para vocês a opinião da Tatiana Belinky, escritora consagrada por seus mais de 250 livros infantis e conhecida pela adaptação televisiva de Sítio do Picapau Amarelo.

Tatiana Belinky: Alguém que soube definir o livro bom para criança, em poucas palavras, foi uma neta minha, aos oito anos de idade, que me disse um dia:

– Sabe, Tati, livro que não dá pra rir, não dá pra chorar, não dá pra ter medo, não tem graça.

O que eu acho sobre isso hoje? A boa literatura infantil faz com que a criança more no livro, como queria o nosso grande mestre Monteiro Lobato, que soube como ninguém atingir esse resultado. Para isso, o livro precisa de dois elementos gêmeos: o primeiro, que a criança goste dele. E o segundo é que eu (isto é, quem coloca os livros nas mãos da criança) também goste dele. O livro não pode ser só interessante, mas tem que trazer algo de enriquecedor, que acrescente, que ajude a criança a abrir os olhos, os ouvidos, a sensibilidade – em suma, a cabecinha. E atenção! Sem moralismo nem didatismo, sem “dedo em riste”, sem a famigerada “moral da história” (que, por sinal, quando criança, abominava e achava um desaforo).

 

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Ano novo, antigos achados! Espero que eles sempre se renovem.

Este texto pode ser encontrado no livro O que é qualidade em literatura infantil e juvenil? Com a palavra o escritor, organizado por Ieda de Oliveira e editado pela DCL.

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Nossa história nesse Natal

O Natal tem duas fases. Primeiro, quando somos criança e ganhamos presentes. Depois, adultos, damos os presentes. Estou nessa segunda etapa. E gosto. Nesse Natal, estava numa rotina acelerada de muito trabalho, idas e vindas a lojas, enfrentando estacionamentos lotados, até que recebi um e-mail da Irene Tanabe, líder dos contadores de história do Hospital das Clínicas: “Será que vai dar para presentear as crianças este ano? Elas adorariam ganhar os livros que a gente conta.”
E agora? São muitas, muitas crianças. Como conseguir? Logo pensei em fazer uma campanha (mania de publicitário), mas nem foi preciso. Parece que o universo espera um pequeno gesto, uma frase como essa, perdida em um e-mail, para unir pessoas que estão prontas a colocar o outro em primeiro lugar, pelo menos por algumas horas do dia. Para começar, enviamos uma mensagem e seu retorno nos encheu de coragem. Esperávamos receber um livro da editora e recebemos uma caixa. Em seguida, outro incentivo. Uma doação em dinheiro. Seguimos confiantes. A resposta à pergunta da Irene chegou de lugares diferentes, por pessoas diferentes e das formas mais variadas. Sim, conseguiremos presentear todas as crianças com livros neste Natal, porque recebemos uma lista com o e-mail de alguns editores, porque uma escritora deixou vários livros seus conosco, porque nossas amigas compraram seus livros preferidos para as crianças, porque uma contadora de histórias que trabalha em editora deixou mais uma caixa de livros no hospital. E para terminar essa corrente, porque nos emprestaram um carro grande para conseguirmos retirar, em outra editora, caixas e mais caixas de livros doados. Deu certo. Nesta foto, estão os contadores de história do Viva e Deixe Viver que entregaram às crianças essa história que nasceu de todos nós e que acabei de contar para vocês. No próximo Natal, só espero receber um presente. Fazer parte disso tudo de novo.

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Obrigada a todos que fizeram parte dessa história.
Um agradecimento especial às editoras e aos editores da Melhoramentos, Cosac Naify e Saraiva.

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